segunda-feira, 18 de julho de 2011

Jeito de Namorar

Idade da Pedra e pós II guerra mundial : Nessa época, não se namorava. O homem escolhia a fêmea e a arrastava pelos cabelos pra sua caverna. Andando um pouco na linha do tempo, era a família que escolhia com quem as pessoas iam se casar, através de dotes ou promessas de casamento. Não havia poder de escolha namoro ou paixão, tudo era escolhido. Mas na história da humanidade já se namora faz tempo, e no namoro antigo não se permitia nenhuma espécie de contato físico, todos os encontros só aconteciam sob os olhares atentos da família sem qualquer direito à intimidade. Depois da II Guerra, as conquistas femininas permitiram que as jovens namorassem no portão, mas com horário predeterminado, por pais e irmãos, para o encanto acabar. Como o namoro era visto como uma fase que conduzia ao casamento, logo, esse namoro era para durar. Era a época de popularização das novelas transmitidas pelo rádio e o comportamento amoroso dos amados geralmente não ia além de um leve toque de mãos. Beijo, nem pensar! Os relacionamentos amorosos vão caminhando juntamente com os nossos hábitos sociais. 


Anos 50então o namorado pode finalmente atravessar o portão e se sentar no sofá da sala de estar, mas ainda sob os olhares atentos de bastiões da moral e dos bons costumes. Era a avó ou outro parente que estivesse desocupado que vigiava e “segurava vela”. 


Anos 60:  a onda da contracultura modificou os valores morais das pessoas. Incentivados pela permissividade sexual mostrada para todo o mundo no Festival de Woodstock e confiantes no poder anticoncepcional da pílula, os namorados aceitaram a tese de que é proibido proibir. Surgiu então no relacionamento humano às relações sem dia seguinte. Beijos, abraços e até mesmo filhos precoces espelhavam a rebeldia da época. E os namorados passaram a se relacionar sexualmente antes do casamento contradizendo os dogmas religiosos.

Anos 70tudo continuou evoluindo, mas ainda havia entre muitas pessoas o ideal de casar com o 1º namorado, a  moça mantendo-se casta até ao casamento, garantindo a sua pureza  e a honra da família. Os pais ainda tinham que dar autorização para o namoro, a família controlava-o com os irmãos a vigiarem o namoro por perto. Namoravam na casa dela. Ainda era o homem que tomava a iniciativa, mas cabia a mulher o dever de resguardar-se por não ter a certeza da honestidade das pretensões dele, resistindo às tentativas de avanços físicos amorosos.

Anos 80foi quando surgiu a AIDS e começou-se a discutir seriamente o contágio de outras doenças sexualmente transmissíveis. O uso da camisinha passou a ser incentivado, virou item obrigatório para quem pretendia levar uma vida sexualmente ativa exigindo dos namorados comportamentos mais responsáveis daquelas praticados pelas gerações anteriores. Os jovens, ainda impedidos de transar em casa, faziam no carro, na praia, matinho ou os mais afortunados podiam recorrer aos motéis. O sexo passou a ser discutido entre os pais e os filhos e a educação sexual passou a ser disciplina nas escolas. Havia uma modalidade mais “amena” de namoro, o chamado “sair com”, então se falava que “fulano está saindo com fulana”. O primeiro encontro começa em lugares públicos, festa ou discoteca, ocorrendo contato físico com beijos e abraços  sem qualquer compromisso.

Anos 90foram uma década de transição, foi quando um namoro ligeiro e sem compromisso, conhecido como “ficar” se popularizou. Ainda não se falava tanto de sexo e a virgindade era mais comum quando as moças começavam a namorar. Ao som de U2 e Legião Urbana finalmente os namorados entram no quarto de suas namoradas. Alguns pais mais liberais pensando que na rua é mais perigoso chegando a permitir que eles passem alguns momentos de portas fechadas ou até mesmo passem a noite juntos. Pensam ser melhor que o relacionamento aconteça dentro de casa. Num primeiro momento o pai resiste a idéia, mas a mãe diz ao marido que eles não estão fazendo nada diferente do que os dois já fizeram.

No século XXI uma maior tolerância social permite que pessoas do mesmo sexo assumam dignamente suas opções sexuais e passem a namorar abertamente seus parceiros. A sexualidade humana conhece seu momento mais livre e as pessoas a exploram de todas as maneiras possíveis. A internet entra nas relações humanas profundamente e estimula os encontros virtuais. As pessoas se conhecem em chats e em redes sociais e marcam encontros para se conhecerem pessoalmente, muitos desses encontros dão em sexo casual, namoros ou em amores eternos. Com a popularização das micaretas e festas rave, a liberalidade desemboca no comportamento dos jovens que estão a fim de ficar com o maior número possível de parceiros numa só noite. Chega-se a beijar muito mais de dez pessoas numa festa dessas. E a fazer sexo com muito mais do que uma pessoa também.
Nota-se que com o passar do tempo a liberdade aumentou, mas o amor diminuiu. Mas apesar desses pesares o amor continua no ar e mais vivo do que nunca.


Andre Luis Aquino

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